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Entrevista com Peter Kronstrøm: o estudo de tendências para a tomada de decisão

Entrevista com Peter Kronstrøm: o estudo de tendências para a tomada de decisão

Quando se fala em tendências e tecnologia, a maioria das pessoas logo se desespera em tentar adivinhar quais serão os cenários futuros e como suas empresas podem se adequar às transformações do mercado em um momento breve. A boa notícia é que você não precisa tentar adivinhar e muito menos se desesperar, mas precisa, sim, se preparar.

Por meio do desenvolvimento de cenários futuros e do mapeamento das megatendências mundiais, o Copenhagen Institute for Futures Studies (CIFS) promove mudanças, inovação e desenvolvimento de corporações, instituições governamentais e na sociedade. A proposta deste instituto é fortalecer as tomadas de decisão através de pesquisas sobre tendências nos mercados globais e latino-americanos.

Nós conversamos com Peter Kronstrøm*, Diretor do Instituto, que estará no 3º Frotas Conectadas, apresentando o resultado da pesquisa “O Futuro do Transporte” na palestra “O Carro Será o Novo Smartphone?”. Veja só o que ele tem a dizer sobre o assunto:

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O que a pesquisa “O Futuro do Transporte” aborda?

A pesquisa traz um panorama geral dos principais pontos de desenvolvimento no setor de transporte e mostra o alcance dos impactos das tendências que estão por vir. Entre as tendências, abordamos aspectos como: crescimento da população, urbanização e globalização econômica, comportamento de demanda e soluções inteligentes e automatizadas de transporte.

Como as tendências podem ajudar na tomada de decisão?

Basicamente, a pesquisa de tendências ajuda as empresas a investir nos recursos certos e deixar de lado os investimentos desnecessários. A ideia é que se possa gerar inovação, criatividade e estratégia de mudanças na hora certa. Acreditamos que se você já treina sua capacidade de enxergar um pouco o futuro, você tem o passo da tomada de decisão mais assertivo. Se uma empresa consegue entender o que vem de mudanças, ela consegue se adequar a isto, se precavendo para o que virá e evitando a desatualização.

Os estudos envolvem empresas do mundo inteiro?

Sim, temos cerca de 80 pesquisadores espalhados pelo mundo inteiro. Trabalhamos com mais de 100 empresas, pequenas e multinacionais, governos e diversos tipos de instituições.

Para as empresas, qual é o grande desafio de trabalhar com tendências?

O que a gente enxerga é que muitas vezes as empresas têm dificuldade de priorizar quais ações elas precisam tomar estrategicamente que são mais relevantes para o futuro. Mas nós queremos ajudar as empresas a trabalhar com estratégias a longo prazo.

Quando se fala de cenários futuros, as pessoas entram em pânico querendo se adaptar na hora, achando que amanhã eles já estarão atrasados. Mas, com a nossa experiência trabalhando com o futuro, percebemos que essas coisas demoram. Muitas vezes o impacto maior de novas tendências é no longo prazo e não no curto, sempre tem uma janela de adaptação. O mundo não muda de um dia para o outro.

No setor de transportes, como você enxerga as empresas no Brasil frente ao cenário no mundo?

No geral, o mundo todo está de olho no setor de transporte, inclusive empresas que historicamente não tem nada a ver com esse segmento, como as gigantes de TI: Google, Amazon, Apple, Microsoft. Todas essas empresas estão de olho no transporte porque acredita-se que essa será a nova fronteira de inovação, considerando que o setor vai sofrer grandes mudanças nos próximos 5 ou 10 anos.

Muita gente acha que essa grande mudança não vai vir da América Latina, mas sim nos EUA, na Europa etc. O nosso ponto de vista no Instituto é que isso pode ser verdade, mas nada impede que a nova plataforma ou o novo modelo de transporte possa vir do Brasil ou da América Latina. Mas precisamos de empresas com ambição para criar esse modelo do futuro e ir atrás.

Em mobilidade, o uso difundido de aplicativos como Waze, 99 e Uber colocam o Brasil à frente de outros países. Já em transporte público, o país fica um pouco atrás.

Como você acredita que essa mudança poderá ser feita?

O que eu acredito é que o essencial para criar o futuro é colaboração: parcerias entre o privado e o público para desenvolver soluções. Esse é o desafio para as cidades.

Existe um grande potencial aqui no Brasil, mas as empresas do setor precisam abrir as portas e pensar em parcerias colaborativas com outras empresas privadas e com empresas públicas para que o país não fique para trás, mas consiga sair à frente. Assim será possível desenvolver projetos ambiciosos no Brasil e chamar a atenção do mundo todo!

O que você espera de discussões sobre o assunto em sua palestra no Frotas Conectadas?

A pesquisa “O Futuro do Transporte” mostra como o futuro do transporte vai afetar diversas indústrias e setores do mercado e como nós vivemos em sociedade. Assim, eu espero realmente que com o relatório a gente consiga provocar e tirar as pessoas do pensamento comum, além de inspirar mostrando o que pode acontecer.

Espero que o Brasil, com ambição, possa mudar e realmente sair à frente dos outros países desenvolvendo essa grande mudança que se espera no transporte. A ideia é trazer a mudança para cá, ao invés de ficar esperando o que vem de fora como tendência. A pergunta que deve ficar é: como podemos solucionar os problemas atuais aqui com colaboração?

 

*Sobre Peter Kronstrøm

Peter Kronstrøm é o Diretor do Copenhagen Institute for Futures Studies Latin America e fundador do future loungeTM. Tem MBA internacional e é membro do conselho consultivo do Consulado Geral da Dinamarca e do Centro de Inovação Dinamarquês em São Paulo.

Atuou profissionalmente na europa, nos EUA, América do Sul e na Austrália, tem ampla experiência em gerenciamento de transição, cultura organizacional, comportamento do consumidor, desenvolvimento de negócios e aplicação de estudos futuros.

Além de ser um experiente facilitador, atua na viabilização do engajamento, por meio de palestras e workshops inspiracionais e transformacionais em todos os níveis, para grandes e pequenos grupos. Sua atuação abrange ampla variedade de tópicos no âmbito de estudos futuros, incluindo cultura organizacional e de inovação, e paradigmas futuros em diversos segmentos da economia.