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Motoristas e o coronavírus: como prevenir

Se antes era apenas uma ameaça, o coronavírus Sars-CoV-2, que causa a doença respiratória Covid-19, já é uma pandemia que está afetando o dia-a-dia do mundo inteiro. A velocidade de contágio é muito alta, bem como a letalidade entre os idosos e grupos de risco. Apesar da desaceleração da economia causada pelo isolamento das pessoas para combater a epidemia, o setor de transportes não deve sofrer tanta retração. Mas os cuidados devem ser redobrados. 

Transportes continuam em alta

“O que pode acontecer em médio prazo é que alguns itens sejam mais vendidos nos mercados e acabem exigindo mais veículos, enquanto produtos considerados supérfluos percam espaço.”, afirma Carlos Mira, CEO da TruckPad em reportagem do portal R7.

Ou seja, por exemplo, o consumo de bebidas alcoólicas pode até ser reduzido mas, por outro lado, vai aumentar a demanda por produtos de limpeza e medicamentos. No final das contas, os fretes continuarão na mesma intensidade de antes da pandemia. Isso porque um tipo de produto vai substituir o outro dentro do baú do caminhão.

Protegidos pela boleia?

A principio, muitos motoristas pretendem continuar trabalhando durante a pandemia, porém, estão adotando medidas de proteção para evitar o contágio. Por viajarem sozinhos na boleia, os motoristas sentem-se protegidos. Entretanto, há contato com outros caminhoneiros em postos de combustíveis e nos locais de carregamento e descarregamento dos produtos e mercadorias.

Além disso, há frotas compartilhadas de transportadoras onde mais de um motorista utiliza o mesmo caminhão. Como o coronavírus pode permanecer ativo por até 72 horas em algumas superfícies (principalmente as metálicas), o risco de contágio é altíssimo nestes casos. Nestes casos, as transportadoras têm adotado medidas como:

  • Limpeza diária do interior dos caminhões;
  • Distribuição de kits com luvas, máscaras e álcool gel;
  • Campanhas informativas nos canais de comunicação das empresas. 

Cuidados com a higiene dos motoristas

Para evitar o contágio, é recomendado que os motoristas de caminhões, ônibus e vans, autônomos ou contratados, redobrem os cuidados com a higiene. Isso é essencial visto que pessoas infectadas e ainda sem sintomas podem contagiar outras saudáveis. A propagação da doença acontece pelo ar e através do contato com secreções provenientes de tosse, espirro, além de gotículas de saliva. Confira algumas dicas que vão ajudar na prevenção contra o coronavírus:

  • Faça limpeza frequente de itens do caminhão como volante, alavanca de câmbio, haste de seta, dos limpadores de para-brisa, maçanetas de portas e vidros do veículo. Limpe também os botões de acionamento de itens elétricos.
  • Procure não tocar em outros caminhoneiros ou funcionários de empresas.
  • Lave as mãos e antebraços frequentemente com água e sabão por 20 segundos.
  • Use álcool gel após manusear objetos tocados por outras pessoas, como dinheiro, papéis, chaves, ferramentas, caixas, encomendas, entre outros.
  • Evite aglomerações em postos de combustíveis, restaurantes, empresas e locais de descanso. Procure ficar sempre isolado.
  • Não compartilhe objetos pessoais como talheres, panelas, banquetas, garrafas, celulares, travesseiros, toalhas, entre outros.
  • Procure ficar fora de lugares fechados e com pouca ventilação 
  • Evite tocar os olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas. 
  • Cubra boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogue-o no lixo
  • Evite contato com pessoas doentes.

Principais sintomas do coronavírus

Com estes cuidados, as chances de contaminação caem consideravelmente, porém não são totalmente descartadas. Como dito acima, a letalidade do coronavírus é alta em idosos e grupos de risco (hipertensos, diabéticos, obesos, com doenças cardiovasculares, renais e respiratórias crônicas). O período de incubação do vírus (da contaminação até o surgimento dos primeiros sintomas) é de aproximadamente cinco dias. 

Os sintomas do coronavírus são iguais aos de uma gripe ou resfriado. Confira os principais:

  • Nariz escorrendo
  • Dor de garganta
  • Tosse
  • Febre
  • Dificuldade para respirar (em casos graves)

E se eu ficar doente?

Caso você apresente um ou mais dos sintomas acima, procure imediatamente ajuda médica para confirmar o diagnóstico e iniciar tratamento. Isole-se em casa, evite contato com outras pessoas e avise a empresa ou transportadora. Se estiver na estrada, informe a sua família, evite ao máximo o contato com outros caminhoneiros e funcionários e tente retornar para casa. Caso não seja possível, não dirija e procure repousar na boleia.

Ainda não existe um tratamento específico para o coronavírus. O mais recomendado é repouso, beber bastante água e se alimentar bem. O uso de remédios para dor e febre ajuda a amenizar os sintomas, que duram, em média, sete dias. Após o surgimento dos primeiros sintomas, o doente deve permanecer isolado por no mínimo 14 dias, mesmo que as dores, a tosse e a febre acabem.

Nos casos graves, o coronavírus leva a elevação ou reaparecimento de febre ou sinais respiratórios, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), dor pleurítica (dor no peito), fadiga (cansaço) e dispnéia (falta de ar). Nestes casos, busque auxílio médico urgentemente.

Quanto tempo deve durar o coronavírus?

Ainda não se sabe quanto tempo a pandemia do cornonavírus pode durar. Podem ser semanas ou meses. Na China, os primeiros casos surgiram em dezembro de 2019 e o pico da doença só foi reduzido após três meses. Na Itália, as medidas de isolamento e prevenção não foram tão rigorosas quando os primeiros casos surgiram. Como resultado, a quantidade de pessoas infectadas explodiu, com mais mortes até do que na própria China.

Em suma, já é sabido que a melhor maneira de combater o coronovírus é ter bons hábitos de higiene e evitar ao máximo o contato com outras pessoas. Tudo depende da contribuição da sociedade na prevenção e da atuação do governo no tratamento dos infectados. Vários países já trabalham no desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2, inclusive o Brasil. 

O prazo para que os estudos sejam concluídos e a eficácia da vacina, contudo, são incertos. Em reportagem da revista Saúde, pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) disseram que vão começar os testes em animais nos próximos meses. Nos EUA e na China, testes da vacina em humanos já começaram, mas seu uso em larga escala ainda não tem data para começar.