O que é logística reversa e por que o assunto deve ser colocado em pauta

A logística reversa é um termo que surgiu a partir da necessidade de atender o recolhimento de produtos após venda ou consumo.

Mas, primeiro de tudo, a logística em si, surgiu como um conjunto de atividades que permitem que o produto chegue ao cliente final. Pode ser entregue na residência do consumidor ou estar disponível em alguma loja física para ser comprado. O conceito relaciona-se com o armazenamento e a manutenção do estoque, além do transporte de mercadorias.

Isso significa que, se por um lado a logística tem como objetivo levar um produto da fábrica para o cliente final, por outro, a logística reversa refere-se ao retorno da mercadoria ou parte dela para a companhia, que pode ser feito pelo próprio consumidor.

Para colocar essa política em prática, é preciso organizar alguns processos, como o transporte para recolher o produto, por exemplo. E é justamente sobre esse tema e outros detalhes que vamos tratar no artigo. Aqui você vai saber sobre:

• Como funciona a logística reversa;
• A sua importância para o país e para o mundo;
• Quem precisa implementar a logística reversa;
• Os benefícios e vantagens do processo;
• Como colocar em prática.

Como funciona a logística reversa?

Na prática, a logística reversa funciona da seguinte forma: o produto ou parte dele, após ser comprado e/ou consumido por alguém, retorna para a empresa. Com isso, há uma menor produção de lixo, o que é uma grande vantagem para o meio ambiente.

No geral, são três etapas para que a logística reversa ocorra:

1. O consumidor devolve o produto ou a embalagem ao comerciante ou ao distribuidor;
2. Leva a mercadoria ou parte dela para o fabricante ou para o importante;
3. Este encaminha o item para reuso, reciclagem ou descarte adequado.

Além disso, vale lembrar que para esse tipo de logística funcionar, é necessário orientar os clientes para que eles entreguem o produto que será recolhido. Afinal, uma das maiores dificuldades da logística reversa é ser entendida como um processo regular e constante.

Algumas companhias entendem o conceito como um processo esporádico, que pode ser feito apenas em alguns momentos – o que é um problema.

A importância da logística reversa no país e no mundo

Existe uma lei (nº 12.305), criada em 2 de agosto de 2010, que se refere à Política Nacional de Resíduos Sólidos, conhecida também como PNRS. Existem ainda outras regulamentações que dão apoio à essa lei. A logística reversa tem uma ligação direta com essa legislação, que propõe uma gestão integrada da cadeia logística de modo que o produto final ou parte dele possa voltar à indústria. Além, claro, do gerenciamento de resíduos sólidos – onde encontram-se itens considerados perigosos, como petróleo e seus derivados.

A PNRS acredita que, para isso, é necessário envolver diversos públicos, como:

• Fabricantes;
• Importadores;
• Distribuidores;
• Comerciantes;
• Consumidores.

Dessa forma, a logística reversa é vista como uma solução para diminuir a quantidade de lixo no meio ambiente.

Além disso, esse tipo de logística está sendo bastante discutida no mundo dos negócios e pelas autoridades políticas brasileiras devido aos benefícios que pode trazer ao planeta.

Inclusive, o próprio Ministério do Meio Ambiente, ao dar seu apoio à PNRS, acredita que a logística reversa é um instrumento fundamental capaz de promover uma responsabilidade de forma compartilhada entre empresa e pessoa física em relação ao ciclo de vida de uma mercadoria.

Quem precisa implementar a logística reversa?

A lei afirma que os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos deverão estruturar e implementar um sistema de logística reversa na empresa. Veja alguns exemplos de produtos que entram nessa lista:

• Agrotóxicos;
• Resíduos e embalagens;
• Pilhas;
• Baterias;
• Pneus;
• Óleos lubrificantes;
• Eletroeletrônicos.

Além disso, a logística reversa pós-consumo, que é responsável por retornar as mercadorias e embalagens após a utilização, já traz bastante ênfase sobre a logística reversa pós-venda. Essa última trata do retorno de mercadorias adquiridas pelos consumidores mas que nunca foram utilizadas.

Aqui, vale lembrar que a desistência da compra feita pela internet ou por telefone é um direito do consumidor e as empresas – principalmente lojas de e-commerce – devem estar preparadas para lidar com isso em seus processos.

Qual é o cenário atual?

Como mostra o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Conselho de Logística Reversa do Brasil (CLRB) realizou uma pesquisa para entender se as empresas estavam usando esse tipo de logística.

De acordo com a análise, metade das companhias gasta até 5% do seu faturamento com o retorno de mercadorias no país por meio do e-commerce. Como resultado, esse dado apresenta a importância do segmento para esse tipo de logística e merece atenção das empresas.

Benefícios da logística reversa

A logística reversa apresenta diversos pontos positivos para o meio ambiente e para a sociedade, já que promove uma consciência sustentável, além do consumo responsável (no caso da pós-consumo). Existem ainda benefícios para as empresas que buscam o lucro. Veja abaixo as principais vantagens do seu uso!

Economia

Um dos principais benefícios de implementar a logística reversa é a redução de custos. Ao estimular o retorno das mercadorias ou de partes dela para as fábricas, é possível baratear o custo da matéria-prima.

Imagem corporativa

De maneira geral, a sociedade começou a criar expectativas em relação às organizações que se preocupam com a prática da logística reversa. A característica, que antes era vista como um diferencial, passou a ser considerada um dever da companhia.

Responsabilidade Socioambiental

O presidente do Instituto Akatu, Helio Mattar, debateu essa questão neste ano em um evento renomado, o VEJA EXAME Fórum 2017, promovido pelas revistas da Editora Globo e Abril. No Brasil, várias empresas já estão investindo na proposta da logística sustentável porque enxergam a importância do assunto. É importante que, de alguma forma, o nome da empresa seja associado à responsabilidade socioambiental.

Como colocar em prática e tornar a logística reversa uma vantagem competitiva?

Antes de colocar a logística reversa em prática em uma empresa, é importante elaborar um plano de resíduos sólidos. Nesse documento, deverão ser definidas as ações da companhia da coleta à reutilização, reciclagem ou desmanche.

O Ministério do Meio Ambiente disponibiliza um manual completo com as principais orientações. Além disso, deixamos aqui algumas dicas simples para colocar em prática:

1. Defina as políticas de retorno de mercadorias

É importante definir com cuidado as políticas de retorno de mercadorias. Para isso, busque analisar a proposta de algumas empresas que já atuam nessa área.

2. Capacite seus funcionários

Para colocar a logística reversa em prática, é fundamental que todos da empresa estejam cientes de como o processo irá funcionar. Dessa forma, antes de implementar o método e divulgá-los para os consumidores, invista na capacitação dos seus funcionários de modo que eles entendam como será feita a logística reversa na companhia e em qual etapa eles vão participar ativamente.

3. Informe seu cliente

Não deixe de informar o seu cliente sobre essa novidade. Explique como funciona e cite os benefícios de usá-la. Além disso, é importante também disponibilizar as informações para os consumidores que têm interesse na logística reversa e já realizam o processo, como as datas e os horários de entrada e saída da mercadoria na fábrica. Com essas informações, fica mais fácil acompanhar o procedimento.

4. Analise o processo para aprimorá-lo

O trabalho não para depois de uma empresa implementar a logística reversa no seu cronograma. É bastante importante analisar esses processos para obter mais lucros e ser referência no mercado. Veja como as outras empresa estão aplicando esse tipo de logística e compare com os processos da sua companhia.

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