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Conheça a história dos caminhoneiros no Brasil

Conheça a história dos caminhoneiros no Brasil

A história dos caminhoneiros conta com vários desafios, percalços e lutas. Muitos nem imaginam o percurso desses profissionais e, por isso, decidimos escrever esse post. 

Recentemente, você já deve estar escutado falar nos noticiários a respeito dos primeiros comentários sobre uma nova greve dos caminhoneiros em 2019, certo? Essa movimentação se deu por uma medida do Supremo Tribunal Federal (STF), que irá julgar a constitucionalidade da lei do piso mínimo para o frete rodoviário, considerada a principal conquista desses profissionais depois do fim da greve dos caminhoneiros de 2018. 

Mas, para você entender melhor o momento do caminhoneiro hoje, vamos mergulhar na história dele? Esse é o nosso principal objetivo com este conteúdo. Aqui, você vai:

  • Entender a trajetória social e política da classe;
  • Os desafios e as lutas dos caminhoneiros;
  • Compreender como se deu a evolução do caminhão até os dias de hoje.

Saiba mais sobre o perfil do caminhoneiro hoje

Como mostra a reportagem do jornal El País, a idade média de quem está à frente dos caminhões nas estradas brasileiras é de 44 anos. No geral, é comum que trabalhem mais de 11 horas por dia e tenham remuneração mensal média inferior a 4 mil reais

Já deu para perceber que as condições não são favoráveis para essa classe, né? Foi em busca de uma vida mais digna e um trabalho mais humano que os caminhoneiros – sejam autônomos ou não – pararam os seus serviços durante 11 dias em 2018 – falaremos disso mais a frente.  

Como e quando tudo começou? Conheça a história dos caminhoneiros no Brasil

A vida sob quatro rodas sempre contou com diversas dificuldades, privações e desafios. E, mesmo com o passar dos anos, isso sempre foi de conhecimento do governo nacional e de seus órgãos reguladores. 

Mas você deve estar se perguntando: quando isso começou? Bom, durante boa parte da segunda metade do século 20, com mais destaque na ditadura civil-militar (1964-1985), o caminhoneiro ganhou espaço nas propagandas promovidas pelo governo. 

Associadas à imagem de progresso e do futuro, as peças buscavam incentivar a profissão de maneira geral. No geral, a propaganda da ditadura era marcada por grandes caminhões que desbravam as novas estradas abertas no país, sendo algumas delas míticas como a Transamazônica. 

Ao longo desse período, esse mesmo personagem começou a ganhar espaço. Segundo o El País, cada família de classe média baixa, há alguns anos, por exemplo, tinha, pelo menos, um parente caminhoneiro, em especial nas cidades do interior ou nos subúrbios das grandes cidades.

Inclusive, nas paralisações de 2018, em cartazes, alguns manifestantes relacionaram a redução do valor do diesel com a intervenção militar. Agora você entendeu a referência? Afinal, foi durante a ditadura que os benefícios desse emprego foram anunciados nos quatro cantos do país. 

Greve dos caminhoneiros 2018

Não poderíamos deixar de citar a maior paralisação dos caminhoneiros da história! A classe parou no dia 21 de maio de 2018 para reivindicar a redução do diesel (principal combustível dos caminhões). Afinal, esse valor havia aumentado em torna de 50% no último ano.

Além disso, a classe também exigiu fixar uma tabela mínima para os valores do frete. Inclusive, como já citamos acima, alguns grupos de manifestantes começaram a apoiar o golpe militar.

Bom, você se lembra no que isso resultou, né? Os caminhões pararam e bloquearam grande parte das principais rodovias do país. Com isso, diversos insumos deixaram de ser entregues como combustível e alimentos, por exemplo.

Após 5 dias, o movimento passou a perder força. Isso porque foi realizado um acordo entre representantes da classe e o governo, que colocou em cena o exército brasileiro para começar a desbloquear as rodovias. O acordo envolvia atender 12 das reivindicações dos caminhoneiros, entre elas a principal: abaixar em 10% o preço do diesel por um período de 30 dias.

A classe ainda sim não ficou satisfeita com a negociação e a paralisação se estendeu por mais 4 dias, afetando todos os estados brasileiros. Mas após um decreto do governo de multas e escoltas armadas nas vias, parte da classe reconsiderou o acordo e a greve passou a perder força. Mas efeitos colaterais foram muitos: o reabastecimento de combustível, alimentos e outras matérias-primas voltaram de forma gradativa.

É Cilada, Bino! Lembra do seriado “Carga Pesada”?

Muitos desses valores foram reforçados no programa de televisão “Carga Pesada”, da TV Globo. A dramaturgia esteve no ar durante dois períodos diferentes: entre 1979 e 1981 e, depois, entre 2003 e 2007. 

O seriado contava aventuras de uma dupla de caminhoneiros, chamados Pedro e Bino, pelo país, interpretados por Antônio Fagundes e Stênio Garcia, respectivamente. Foi um programa de muito destaque, que cativou milhares de brasileiros, justamente por colocar, em destaque, o brasileiro humilde, trabalhador e sonhador. 

Rio Grande do Sul x caminhoneiros: entenda essa relação na história da classe

O Rio Grande do Sul é um dos polos de caminhoneiros do Brasil e tem uma curiosidade bem interessante por trás disso: boa parte dos caminhoneiros desse estado é descendente de imigrantes europeus. 

Ser proprietário de uma terra é um grande sonho das famílias que vieram para o chamado Novo Mundo. Porém, era um sonho distante da maioria deles. Transportar mercadorias também não era uma atividade muito valorizada na época. Por outro lado, ser caminhoneiro, assim como hoje em dia, era considerada uma profissão digna. Por isso, muitos desses descendentes se dedicavam à essa profissão.

Além disso, esse estado mitificou a figura do gaúcho como o errante dos caminhos, de coração valente e alma livre. A profissão de caminhoneiro era o mais próximo de um cavaleiro moderno das estradas.

Além disso, muitas vezes, essa profissão passava de pai para filho. É comum encontrarmos “clãs de caminhoneiros” no Rio Grande do Sul preparando o churrasco de domingo, por exemplo.

Entenda a evolução do caminhão

Barulhentos, com cabines apertadas e baixa potência. Era assim que os primeiros tipos de caminhões, no Brasil e no mundo, poderiam ser definidos. Além disso, não tinham nem ar-condicionado ou vidros com levantadores elétricos e direção com assistência hidráulica.

É até difícil de imaginar, mas os veículos, logo quando foram lançados, eram assim. Hoje, temos caminhões bastante seguros, confortáveis e eficientes. Sem falar nas inovações de tecnologia das coisas e da conectividade, né? 

Mas nem sempre foi assim… Então, vamos mergulhar na história desse veículo? No início da década de 1970, os modelos com motor a gasolina já mantinham presença no mercado. Porém, o conforto não estava entre as prioridades das fabricantes até então. Mas, nesse mesmo período, novas montadoras chegaram no país, o que acirrou a concorrência, além de promover um incremento da tecnologia e a especialização do transporte rodoviário de cargas

Além disso, a busca pela eficiência provocou uma mudança na preferência dos transportadores, que passaram a preferir os caminhões com cabine avançada ou cara-chata ao invés dos convencionais. Por que isso? Dessa forma, era possível transportar mais carga por veículo, já que o espaço ocupado pelo motor seria transferido para a plataforma de carga. Scania e Volvo foram as primeiras a tirar de linha os modelos bicudos.

Mais recententemente, em 1990, as inovações nos caminhões e a era da eletrônica começaram a exigir melhor treinamento dos motoristas. E esses foram os principais destaques da história do caminhão até chegarmos aos dias de hoje. Atualmente, o caminhão é visto não só como um veículo de carga, mas também como uma solução para o negócio de transporte.

Conheça os principais caminhões do “passado”

Caminhão Mercedes-Benz

Em janeiro de 1886, Carl Benz patenteou na Alemanha o primeiro veículo motorizado do mundo, dando início a uma história de pioneirismo e de inovação no universo automotivo.

Modelo TT, o primeiro caminhão da Ford

Em 1917, a Ford Motor Company lançou o primeiro caminhão Modelo TT nos Estados Unidos, um sucesso na época que viria inaugurar uma longa trajetória de liderança da Ford na categoria. Anos depois, em 1919, a Ford começa sua história no Brasil, sendo a primeira fabricante de automóveis a se estabelecer no país, quando lançado do Modelo T e os caminhões Ford TT.

Caminhão Scania

Em 1902, a Scania produziu seu primeiro caminhão nas instalações da sede em Skane, na Suécia. O caminhão era equipado com motor de 2 cilindros, 12 cavalos de potência, tinha 1,5 tonelada e fazia 12 km por hora. Esse desempenho comparado com a tração de um animal cerca de 1 tonelada e 5 a 6 km/h. Voltado para as estradas rurais com calçamento de pedra, o veículo buscava atender os padrões e necessidades da época. 

Volvo Série 1

Fabricado em 1928, a Volvo lançou seu primeiro caminhão, chamado “Volvo série 1”, que desenvolvia 28 cavalos e carregava 1,5 toneladas. Durante os primeiros anos de sua produção, a empresa obteve um sucesso imediato com sua comercialização, que chamou atenção também em outros países. 

Um ponto interessante: esse caminhão era adaptado às condições severas do clima e do pavimento da Suécia na época. Hoje em dia, os caminhões Volvo possuem o motor de 660cve e capacidade de carga de até 200 toneladas. Deu para perceber a evolução de lá para cá?

As evoluções na forma de transportar cargas

Hoje em dia, estamos na era digital. Por conta disso, podemos dizer que a internet aproximou lugares e pessoas, além de permitir que projetos saíssem do papel com colaboração. Isso também aconteceu no setor logístico. Inclusive, existe um nome para isso!

Já ouvir falar em Logística 4.0? O termo refere-se à combinação de novas tecnologias de automação e troca de dados, como a Internet das Coisas (ou IoT, do inglês Internet of Things) e a computação em nuvem (do inglês, cloud computing), com o conceito de logística que já conhecemos. Essa associação permitiu grandes inovações. 

Caminhões sem motoristas

Parece mentira, mas é um projeto real! Também conhecidos como carros autônomos, esses veículos podem circular nas ruas, sem a intervenção de uma pessoa. Eles também não contam com volante, acelerador ou pedal de freio.

O projeto já está em desenvolvimento em grandes potências mundiais, mas, no Brasil, como mostra a reportagem do portal de notícias G1, a solução aqui ainda é um pouco distante. Porém, sabemos que a tendência é que a novidade esteja presente na maioria dos países no futuro. Holanda, Cingapura e Estados Unidos são os países que são considerados os mais aptos a receber essa revolução.

Impressão 3D

De brinquedos a casas e carros, as impressoras 3D são capazes de trazer à realidade peças de diferentes tamanhos e capacidades. A impressora 3D é uma solução mais econômica, já que o processo de impressão é quase todo automatizado, além de reduzir os gastos com a mão de obra. 

No quesito logística, essa tecnologia vai facilitar a produção em baixa e larga escala de maquinários e veículos, por exemplo. Com isso, as formas de se fabricar determinadas mercadorias se tornam absolutamente automatizadas.

TruckPad 

E o modelo TruckPad de transporte rodoviário também faz parte dessas inovações. Oferecemos uma plataforma que conecta a empresas interessadas em transportar uma carga com o motorista autônomo que tem interesse e disponibilidade em realizar esse serviço. Com isso, há diversos benefícios, em especial a redução dos gastos e da burocracia necessária para contratar autônomos.

E aí, deu pra aprender bastante sobre a história dos caminhoneiros no Brasil, seus desafios e lutas? Esperamos que sim! A gente sempre divulga informações e materiais como esse com o objetivo de te deixar o mais informado possível. Para acompanhar mais conteúdos informativos como esse, assine a nossa newsletter no box lateral.

Até a próxima!